O estilo escandinavo encontrou eco nos interiores tropicais por sua estética descomplicada e sua capacidade de criar refúgios visuais em meio ao caos urbano. Com sua paleta de tons neutros, uso de luz natural e formas simples, o estilo nórdico é sinônimo de equilíbrio visual e serenidade. Mas um novo elemento tem se infiltrado com elegância nesse cenário: as plantas tropicais com folhas grandes, como a costela-de-adão, a alocásia e a guaimbé.
Integrar o verde exuberante das folhagens tropicais a um ambiente que preza pelo “menos é mais” pode parecer desafiador à primeira vista. No entanto, quando bem planejadas, essas plantas não apenas se adaptam como reforçam a estética escandinava, tornando os espaços mais vivos, conectados à natureza e, ao mesmo tempo, sofisticados.
Neste artigo, você vai descobrir como unir o estilo escandinavo e o design biofílico de forma harmoniosa, aprendendo a usar plantas volumosas como elementos-chave na composição de interiores minimalistas. Vamos abordar desde a escolha das espécies ideais até estratégias de layout, iluminação e seleção de vasos que respeitam a estética nórdica.
Se você busca uma casa com personalidade, natureza integrada e visual limpo, este guia é para você.
A estética escandinava aceita plantas tropicais? Entenda como folhas grandes se encaixam no design minimalista nórdico
O design escandinavo, conhecido por sua estética minimalista e funcionalidade inteligente, se consolidou como um dos estilos de decoração mais influentes no mundo contemporâneo. Desenvolvido em resposta à escassez de luz dos países nórdicos, o escandinavo tradicional focava em interiores que maximizam a claridade e transmitem leveza — o que abre espaço para reinterpretar o uso de plantas volumosas como novas fontes de textura e cor. Seus pilares são claros: simplicidade nas formas, predominância de cores neutras, aproveitamento máximo da luz natural, uso de materiais naturais como madeira clara, e uma forte conexão com a natureza.
Mas como esse estilo, que valoriza a leveza visual, interage com elementos tropicais exuberantes, como plantas de folhas grandes e formas orgânicas marcantes? A resposta está na evolução do próprio conceito de minimalismo e no modo como ele tem sido reinterpretado nos lares contemporâneos – especialmente em contextos tropicais como o brasileiro.
Contrastes que se complementam: tropicalidade e escandinavo no mesmo ambiente
À primeira vista, pode parecer que plantas tropicais com folhas largas, cores intensas e crescimento volumoso destoam da proposta neutra, linear e contida do estilo escandinavo. De fato, há um contraste visual e simbólico entre esses dois universos. Enquanto o escandinavo se apoia na discrição e na ordem, as plantas tropicais exibem silhuetas expressivas que rompem com a previsibilidade geométrica, adicionando uma tensão estética controlada ao minimalismo nórdico.
No entanto, é justamente esse contraste que tem despertado o interesse de designers e moradores em todo o mundo. Em vez de competir com o restante da decoração, uma planta de folhas grandes pode funcionar como ponto focal cuidadosamente planejado, inserido em um ambiente de linhas puras para criar um diálogo visual entre o natural e o estruturado.
O conceito de natureza contida no escandinavo moderno
O design escandinavo sempre valorizou a presença da natureza – não por acaso, o uso da madeira, das pedras e da luz natural são seus fundamentos. No entanto, essa natureza sempre foi contida, equilibrada, simbólica, com poucas intervenções visuais. No escandinavo contemporâneo, essa ideia se expandiu para abraçar uma nova biofilia: a natureza entra com mais protagonismo, mas ainda com intenção estética e controle visual.
Plantas tropicais de grande porte se encaixam nesse cenário quando inseridas com propósito. A chave está em limitar a quantidade, escolher espécies de formato escultural e posicionar a planta em locais com sombra projetada suave e ventilação cruzada discreta permite manter o microclima ideal e evita a saturação visual.
Design globalizado: o escandinavo sob nova luz nos trópicos
Com a globalização das tendências de design, estilos como o escandinavo foram adaptados e reinterpretados em diferentes partes do mundo. No Brasil, por exemplo, o estilo nórdico passou a dialogar com a nossa luminosidade abundante, clima quente e vegetação exuberante. O resultado é uma estética híbrida — minimalismo tropical — que equilibra funcionalidade nórdica e exuberância botânica brasileira, sem sobrecarga visual.
Essa fusão não apenas é possível como tem se mostrado extremamente eficaz para criar ambientes com identidade regional e sofisticação internacional. Plantas como a costela-de-adão (Monstera deliciosa), a alocásia e o guaimbé passaram a ser não apenas aceitas, mas desejadas em projetos que buscam uma intersecção entre o aconchego do Norte e a vitalidade do Sul.
Top 5 plantas com folhas largas ideais para ambientes escandinavos: da costela-de-adão à alocásia no décor nórdico
A integração entre natureza e decoração minimalista é uma das marcas registradas do estilo escandinavo. Ao mesmo tempo em que preza por simplicidade e leveza visual, o design nórdico valoriza o uso de materiais naturais e elementos orgânicos que tragam vida ao ambiente. Nesse contexto, algumas plantas tropicais de folhas largas podem ser incorporadas como peças-chave da composição visual, especialmente quando funcionam como pontos focais em espaços limpos e bem iluminados.
A seguir, você confere uma seleção das cinco melhores espécies com folhas grandes para integrar à estética escandinava, considerando suas características visuais, cuidados necessários e impacto estético nos interiores.
1. Costela-de-Adão (Monstera deliciosa)
Origem e aparência:
Originária das florestas tropicais da América Central, a costela-de-adão é uma das plantas mais populares da atualidade. As folhas lembram esculturas modernistas — cheias de movimento e presença — que rompem a ortodoxia dos ambientes brancos.
Iluminação ideal:
Prefere luz indireta abundante, o que combina perfeitamente com interiores escandinavos que exploram a entrada de luz natural por janelas amplas. A luz difusa ajuda a manter a coloração intensa e o crescimento equilibrado.
Porte e cuidados:
Pode atingir até 2 metros em ambientes internos. Requer regas moderadas e solo bem drenado. Ideal para cantos livres ou próximos a móveis baixos para permitir destaque vertical.
Impacto estético:
Sua presença é imponente, mas elegante. Em ambientes com paredes brancas, móveis de madeira clara e linhas retas, a costela-de-adão adiciona organicidade e suaviza a rigidez das formas.
Dicas de compra:
Opte por mudas já enraizadas, com folhas bem recortadas e sem manchas. São facilmente encontradas em floriculturas urbanas, viveiros especializados ou marketplaces confiáveis.
2. Guaimbê (Philodendron bipinnatifidum)
Origem e aparência:
Planta brasileira, nativa da Mata Atlântica. Suas folhas são profundamente recortadas, com aspecto quase escultórico e textura fosca.
Iluminação ideal:
Gosta de ambientes com boa iluminação indireta. Em casas escandinavas com janelas amplas e ambientes brancos, seu crescimento tende a ser vigoroso.
Porte e cuidados:
Pode alcançar de 1,5 a 2 metros de altura. Exige regas regulares, mas não suporta encharcamento. É resistente e de baixa manutenção, ideal para quem busca praticidade com elegância.
Impacto estético:
Sua forma alongada e orgânica cria um contraste sofisticado com o estilo linear dos móveis escandinavos. Fica excelente ao lado de sofás ou em halls de entrada minimalistas.
Dicas de compra:
Procure por mudas com folhas grandes e bem recortadas. Prefira comprar de produtores locais ou feiras de plantas para garantir plantas adaptadas ao clima da sua região.
3. Alocásia (diversas espécies, como Alocasia amazonica e Alocasia macrorrhiza)
Origem e aparência:
De origem asiática, a alocásia é conhecida por suas folhas grandes, com nervuras bem marcadas e formas geométricas que parecem ter sido desenhadas à mão.
Iluminação ideal:
Necessita de luz filtrada, sem sol direto. Em ambientes escandinavos com cortinas translúcidas e boa iluminação difusa, tende a se desenvolver muito bem.
Porte e cuidados:
Algumas variedades atingem até 1,5 metros. Requer umidade constante no solo e gosta de ambientes com maior umidade relativa do ar. É uma planta sensível, mas de grande impacto visual.
Impacto estético:
Com suas formas quase futuristas, a alocásia combina com propostas escandinavas mais contemporâneas e ousadas. Seu contraste com materiais como madeira clara ou cimento queimado é notável.
Dicas de compra:
Prefira mudas com folhas firmes e sem sinais de ressecamento nas bordas. Ideal adquirir de lojas especializadas em plantas tropicais ou produtores certificados.
4. Maranta (Maranta leuconeura e variedades)
Origem e aparência:
Originária do Brasil, a maranta tem folhas ovais e grandes, com padrões que variam do verde-claro ao roxo, e nervuras bem destacadas.
Iluminação ideal:
Prefere luz indireta moderada. Ambientes escandinavos com cortinas finas ou claraboias são ideais para seu cultivo sem queimar suas folhas delicadas.
Porte e cuidados:
Alcança até 40 cm de altura, mas se destaca pelo volume horizontal. Gosta de solo úmido e ambientes com umidade. Ideal para estantes, prateleiras ou mesas baixas.
Impacto estético:
Apesar de menor, sua folhagem vibrante cria pontos de atenção visual em ambientes neutros. É perfeita para quebrar a monotonia de ambientes totalmente brancos.
Dicas de compra:
Escolha plantas com folhas vivas e cores bem definidas. São facilmente encontradas em garden centers e podem ser cultivadas em vasos pequenos ou médios.
5. Ficus lyrata (Figueira-lira)
Origem e aparência:
Originária da África Ocidental, é famosa por suas folhas grandes, verdes escuras e com formato que lembra a figura de uma lira. Tem textura coriácea e aparência robusta.
Iluminação ideal:
Precisa de boa luminosidade natural, o que a torna perfeita para salas escandinavas bem iluminadas. Não tolera sombra densa por longos períodos.
Porte e cuidados:
Pode atingir 2 metros em vasos grandes. Gosta de regas espaçadas e solo bem drenado. É uma planta de crescimento lento, mas de longa vida.
Impacto estético:
Seu porte vertical e folhas marcantes funcionam como escultura viva. É ideal para ocupar cantos vazios ou complementar ambientes com mobiliário baixo e clean.
Dicas de compra:
Invista em mudas maiores já bem enraizadas para garantir boa adaptação. Compre em viveiros de confiança, evitando plantas com folhas amareladas ou opacas.
Como escolher vasos minimalistas para plantas volumosas sem interferir na paleta neutra escandinava
No design escandinavo, cada elemento do ambiente cumpre uma função estética e prática — e isso inclui os vasos. Quando se trata de integrar plantas com folhas grandes em espaços minimalistas, a escolha do vaso deixa de ser apenas funcional e passa a ser uma decisão de composição visual estratégica. O vaso é mais do que suporte: ele é mediador visual entre a organicidade da planta e a geometria do espaço.
O vaso como extensão da decoração escandinava
O vaso não deve competir com a planta nem com o ambiente. Em uma estética escandinava, ele funciona quase como uma moldura neutra: discreta, bem acabada e com materiais naturais que dialogam com o restante do espaço, sem ruído visual. O ideal é que ele complemente a planta sem se destacar mais que ela, funcionando como uma base sutil que valoriza a folhagem e mantém a atmosfera limpa.
Materiais que respeitam a estética nórdica
A escolha do material é um dos principais fatores para manter a coerência do ambiente. Dê preferência para:
- Cerâmica fosca: transmite simplicidade e sofisticação ao mesmo tempo, além de ter ótimo acabamento tátil.
- Cimento queimado: minimalista, contemporâneo e com textura discreta, combina bem com folhas verdes escuras.
- Barro natural: levemente rústico, funciona bem quando combinado com madeira clara e tecidos crus.
- Vidro jateado: ideal para ambientes mais modernos dentro do escandinavo, traz leveza e transparência.
- Madeira clara: reforça a naturalidade do conjunto e combina com o mobiliário típico do estilo nórdico.
Esses materiais mantêm a paleta limpa e respeitam o conceito de naturalidade sem excessos.
Cores neutras e texturas suaves: menos contraste, mais harmonia
A paleta escandinava valoriza tons neutros e suaves, que refletem luz e criam amplitude. Para que o vaso não “brigue” com o ambiente, prefira:
- Branco fosco: clássico, discreto e atemporal.
- Cinza claro: excelente para compor com pisos ou paredes de cimento.
- Bege e areia: ideais para transmitir calor visual sem pesar.
- Terracota lavada: uma alternativa ao barro tradicional, com aparência mais clara e suave.
Evite cores vibrantes, estampas ou brilhos intensos — eles destoam da proposta visual escandinava e reduzem o impacto da própria planta.
Formato e proporção: vasos que equilibram visualmente o conjunto
Plantas volumosas exigem vasos proporcionais ao seu porte, tanto em largura quanto em altura. Além disso, o formato do vaso interfere diretamente na sensação de ordem e fluidez do ambiente. Algumas orientações:
- Formatos cilíndricos ou cônicos com bordas suaves promovem continuidade visual e evitam rigidez excessiva.
- Linhas geométricas simples reforçam o aspecto clean, desde que não criem desequilíbrio com o restante da mobília.
- Vasos baixos e largos funcionam bem com plantas que se expandem lateralmente (como o guaimbé).
- Vasos altos e estreitos são ideais para plantas verticais, como a Ficus lyrata.
Integração visual com o mobiliário
Um erro comum é escolher vasos sem considerar o contexto do espaço. Para que a planta realmente complemente a decoração:
- Relacione a altura do vaso com a altura dos móveis próximos (ex: ao lado de um sofá baixo, use um vaso de chão alto para criar verticalidade).
- Mantenha coerência entre os materiais (ex: vaso de madeira clara próximo a mesas do mesmo tom).
- Evite o excesso de texturas contrastantes. O escandinavo pede unidade visual.
Minimalismo botânico: como plantas com porte escultural substituem elementos decorativos no estilo nórdico contemporâneo
No design escandinavo contemporâneo, a máxima “menos é mais” tem evoluído para uma nova abordagem estética: menos objetos, mais presença viva. Em vez de ocupar paredes e superfícies com múltiplos itens decorativos, como quadros, esculturas ou luminárias ornamentais, muitos interiores nórdicos vêm adotando plantas com porte escultural como protagonistas visuais. O resultado é uma decoração que respira natureza, transmite sofisticação e mantém a leveza visual que caracteriza o estilo escandinavo.
A substituição de objetos pela presença viva das plantas
O escandinavo clássico sempre prezou pela moderação. Entretanto, no contexto atual, a necessidade de ambientes mais humanos, naturais e conectados ao bem-estar trouxe uma reinterpretação desse minimalismo: Plantas estruturais assumem o papel de escultura viva — mudam com o tempo, respondem à luz, e criam narrativas espaciais dinâmicas.Uma única planta de folhas marcantes pode ocupar o espaço de uma luminária de chão ou preencher uma parede vazia com mais impacto visual do que uma galeria de quadros.
Essa substituição é mais do que estética: ela reflete valores contemporâneos como sustentabilidade, saúde mental e reconexão com o natural, reforçando o conceito de biofilia no design de interiores.
A planta como escultura viva: estratégias de destaque
Para que uma planta realmente substitua um item decorativo com protagonismo, é preciso mais do que apenas colocá-la no ambiente. Algumas estratégias de composição ajudam a elevar a planta ao status de obra de arte:
- Iluminação direcionada: use spots ou luminárias de teto voltadas para a planta, destacando sombras e texturas das folhas, como se fosse uma instalação artística.
- Fundos neutros e paredes limpas: quanto mais clara e livre de interferências for a parede atrás da planta, maior será seu destaque visual.
- Posicionamento estratégico: escolha pontos de respiro visual — como cantos vazios, ao lado de móveis baixos ou em áreas de transição — onde a planta possa ser notada sem poluir a circulação.
Essa abordagem valoriza o vazio como elemento compositivo, uma das essências do escandinavo: o espaço negativo tem tanto valor quanto o preenchido.
Escolhendo plantas com porte escultural
Nem toda planta tropical cumpre essa função. O ideal é escolher espécies com estrutura arquitetônica marcante, que possuam formas que se destaquem naturalmente pela geometria, textura ou movimento. Entre as mais indicadas para essa proposta estão:
- Costela-de-adão (Monstera deliciosa): com suas folhas recortadas e crescimento vertical, cria uma silhueta fluida e sofisticada.
- Alocásia (Alocasia macrorrhiza): folhas geométricas e nervuras evidentes, que parecem esculpidas.
- Ficus lyrata: folhas robustas e proporção vertical que preenche o espaço com elegância.
- Strelitzia nicolai (ave-do-paraíso): suas folhas grandes e alongadas criam movimento e presença visual imponente.
- Guaimbê: aparência tropical com textura fosca e folhagem dividida, ideal para áreas amplas.
Essas plantas funcionam como peças únicas, e dispensam o uso de outros objetos decorativos ao redor.
Antes e depois: ambientes transformados pela vegetação escultural
Para visualizar o impacto dessa abordagem, imagine um ambiente com:
Antes:
- Luminária de chão com estrutura metálica preta.
- Dois quadros pequenos com moldura clara.
- Prateleira com objetos decorativos variados.
Depois:
- Apenas uma planta escultural em vaso neutro.
- Iluminação suave apontada para a planta.
- Fundo branco limpo e ambiente desobstruído.
O resultado? Um espaço mais leve, com respiro visual, e com uma única peça viva centralizando o olhar com naturalidade e sofisticação.
Verde escuro no décor escandinavo: como folhas grandes podem reforçar o foco visual em ambientes monocromáticos
A estética escandinava é, por excelência, marcada pelo uso de cores neutras. Branco, cinza, bege e madeira clara compõem a base visual dos interiores nórdicos, promovendo sensação de leveza, limpeza e amplitude. Porém, justamente por essa predominância monocromática, surge uma oportunidade poderosa: usar o verde escuro das folhas grandes como ponto de ancoragem visual, criando contraste e profundidade sem comprometer a harmonia do espaço.
Essa abordagem vai além da decoração com plantas. Ela explora a psicologia das cores, o equilíbrio entre elementos visuais e a construção de hierarquias estéticas no ambiente, tudo dentro da lógica minimalista que caracteriza o escandinavo.
Psicologia do verde escuro em espaços neutros
O verde é tradicionalmente associado à calma, renovação, equilíbrio e conexão com a natureza. Quando apresentado em tonalidades mais escuras e profundas, como o verde-musgo ou verde-jade — comum em espécies tropicais de folhas largas — ele transmite sofisticação e estabilidade visual. Em ambientes escandinavos, onde o excesso é evitado e os estímulos visuais são reduzidos ao essencial, tons de verde denso funcionam como zonas de pausa ótica, atraindo o olhar com suavidade e oferecendo profundidade emocional ao ambiente.
Essa cor cria um contraste suave e natural com as paredes brancas e móveis claros, sem competir com eles. Pelo contrário: ela os valoriza, criando um ponto focal que conduz o olhar e quebra a monotonia cromática.
Folhas grandes como ferramenta de composição visual
Plantas como a costela-de-adão, a ficus lyrata e a alocásia têm, além da cor intensa, formas marcantes e texturas sofisticadas, que funcionam como elementos esculturais. Em espaços minimalistas, onde cada peça tem sua função estética, essas plantas se tornam protagonistas silenciosas: impactam, mas não saturam.
O segredo está em usá-las como âncoras visuais estratégicas, substituindo a necessidade de quadros, tecidos estampados ou objetos decorativos. O verde escuro serve como contraponto natural ao vazio planejado, oferecendo calor visual e organicidade sem comprometer a limpeza do layout.
Composição: como destacar o verde escuro sem quebrar a harmonia
Para aproveitar todo o potencial do verde escuro na decoração escandinava, algumas estratégias visuais são fundamentais:
- Posicione a planta contra uma parede branca ou bege claro. O contraste vai valorizar tanto a planta quanto o espaço em si.
- Evite sobrecarregar o ambiente com outros tons fortes. Uma única planta com folhagem densa é suficiente para criar o efeito desejado.
- Use vasos neutros e discretos. Quanto mais silencioso for o suporte, mais atenção se volta à folhagem.
- Considere a luz. A iluminação natural que entra pelas grandes janelas escandinavas realça a textura e o brilho das folhas, principalmente ao longo do dia.
- Evite agrupamentos com muitas espécies. Em um ambiente monocromático, o ideal é uma planta de presença isolada e bem posicionada.
O verde como ponto focal e fio condutor do olhar
Num ambiente monocromático, o olhar busca naturalmente por variações, texturas ou qualquer elemento que se destaque da base neutra. É aí que o verde escuro atua como um ponto de referência visual, guiando a percepção do espaço. Ele organiza a leitura estética do ambiente, direcionando o foco para onde há vida e presença orgânica — sem ruído.
Além disso, esse uso pontual do verde ajuda a compor a narrativa do espaço: um interior nórdico que valoriza o silêncio visual, mas também celebra a natureza como parte do viver cotidiano.
Design biofílico e escandinavo: como unir natureza e funcionalidade com plantas estruturais em apartamentos urbanos
O design biofílico vem ganhando força como uma das tendências mais relevantes da arquitetura contemporânea. Baseado na premissa de que a conexão com a natureza melhora a saúde, o bem-estar e a qualidade de vida, ele propõe a incorporação de elementos naturais — como luz solar, ventilação, materiais orgânicos e, especialmente, vegetação — nos ambientes internos. Quando combinado ao estilo escandinavo, que já valoriza simplicidade, funcionalidade e o uso consciente de recursos naturais, surge uma união harmoniosa: um minimalismo acolhedor, vivo e funcional, perfeito para os lares urbanos modernos.
Princípios do design biofílico e sua convergência com o escandinavo
O design biofílico se baseia em pilares como:
- Presença de luz natural abundante.
- Ventilação cruzada e conforto térmico.
- Uso de materiais naturais, como madeira, pedras, fibras e tecidos crus.
- Integração da vegetação viva ao espaço construído.
Já o estilo escandinavo compartilha muitos desses princípios: ambientes iluminados, paletas suaves, texturas naturais e mobílias funcionais. A convergência entre os dois está justamente na valorização do essencial com uma forte presença da natureza, que deixa de ser apenas decorativa e passa a exercer um papel ativo no uso do espaço.
Plantas estruturais: função, presença e estética nos espaços reduzidos
Em apartamentos urbanos, onde o espaço é limitado, é essencial que cada elemento cumpra múltiplas funções. É nesse contexto que entram as plantas estruturais — espécies com porte definido, visual marcante e capacidade de atuar como divisórias visuais, delimitadoras de zonas e pontos de foco no ambiente.
Essas plantas não estão apenas “ocupando espaço”. Elas organizam a circulação, criam camadas visuais, ajudam na modulação da luz e, em muitos casos, substituem elementos construtivos fixos, como biombos ou paredes falsas.
Ideias aplicáveis em apartamentos pequenos
A seguir, algumas sugestões práticas para aplicar o conceito de biofilia escandinava com plantas estruturais, mesmo em lares compactos:
- Planta como divisória entre sala e cozinha:
Espécies como o guaimbé ou a areca podem funcionar como um “biombo natural”, definindo dois ambientes integrados sem a necessidade de divisórias pesadas. - Planta ao lado da janela para filtrar a luz:
Colocar uma costela-de-adão ou uma strelitzia próximo à janela permite controlar a incidência solar direta, suavizando a luz e criando sombra orgânica e móvel. - Planta em cantos estratégicos para direcionar o olhar:
Uma alocásia ou uma ficus lyrata no canto de um cômodo atua como âncora visual, evitando a sensação de vazio e criando uma linha de leitura para o ambiente. - Planta como substituta de estantes ou colunas decorativas:
Em vez de móveis pesados, uma planta de grande porte em vaso neutro pode estruturar o espaço com leveza e elegância.
A importância da escolha certa: plantas bonitas, resistentes e práticas
Essa convergência entre estética escandinava e funcionalismo tropical não é apenas uma tendência: é uma resposta sensível aos desafios dos lares urbanos, onde espaço, luz e natureza precisam coexistir em harmonia.
Boas opções incluem:
- Ficus lyrata: robusta, elegante e de crescimento lento.
- Strelitzia nicolai: forma vertical e excelente adaptação à luz indireta intensa.
- Guaimbê: folhagem ampla e textura tropical, com bom desempenho em sombra clara.
- Zamioculca: embora de porte menor, é excelente para locais com menos luz, funcionando como ponto de respiro visual.
Evite plantas muito exigentes, que percam folhas com facilidade ou que precisem de poda frequente — isso fere o princípio escandinavo da funcionalidade e da baixa manutenção.
Integrar plantas com folhas grandes à decoração escandinava é um exercício de equilíbrio entre forma, função e natureza. Longe de comprometer a estética minimalista, essas espécies tropicais — quando escolhidas e posicionadas com intenção — potencializam a atmosfera acolhedora e orgânica que o estilo nórdico busca expressar.